segunda-feira, 9 de março de 2015

Confiança...*

Há momentos de fragilidade de alma que a única alternativa para continuar caminhando é confiar. São nesses momentos que nos conectamos com o mais profundo que há em nosso "EU". Momentos de muitos desafios, dores por reconhecermos nossas sombras e hiatos de fé por um amanhã mais confortante. Se mantivermos nossos pés no chão da razão e nossos corações no divino que existe em nós, esses momentos poderão servir para um aprimoramento pessoal de grande valia. A reforma íntima tão pregada por muitas crenças se inicia a partir de nossas dores pessoais, entretanto, se faz necessário uma reflexão e um alargamento de consciência.
Eu, particularmente acredito, que nada, absolutamente nada nessa existência é por acaso! Acredito que uma dor tenha um significado tão importante quanto a lucidez de uma vida saudável. Se aprendermos a significar de forma imparcial os acontecimentos diários, conosco ou com um próximo, perceberemos que a própria vida com sua habilidade de ensinar nos esclarece muito.
Ainda que tudo pareça desconexo e sem sentido, como numa tarde cinza, sem sabor, sem aparente significado definido, pode ser que nas entrelinhas das ruas percorridas por nós, existam muitas cores camufladas e sentidos imperceptíveis num primeiro contato no mundo das sensações pessoais. É necessário ter coragem para tentar identificar as entrelinhas, mergulhar fundo em nosso universo infinitamente único, estar disposto a deixar-se quebrar internamente para que haja uma reconstrução integral.
E, nesse momento de entrega, a confiança se torna uma parceira indispensável. Não é fácil confiar. Algumas singularidades possuem muita dificuldade nesse processo de entrega total!!! Mas a esperança que é irmã da fé, talvez seja a única solução para muitos. Buscar ajuda para fortalecer essa esperança pode ser um caminho viável e muito rico que trará uma calma para a alma no processo de entrega.
Aos poucos, as cores vão começando a ressurgir diante de olhos antes nublados de dor, a vida vai sendo reconstruída a partir de uma lucidez de autoconhecimento profundo. O que antes havia sido despedaçado por tristezas emocionais, pode em muitas situações, revelar a verdadeira identidade de um caminho para a cura e para a luz.
Confiar é deixar fluir, não como num barco sem leme, mas um deixar fluir diante das decisões tomadas no dia-a-dia com reflexões e consciência de nossa imperfeição enquanto seres humanos! Nesse momento de entrega, a culpa e o medo devem ser extirpados da alma fragilizada, a meditação diária e o autorrespeito são ferramentas preciosas dentro dessa transformação pessoal!
Confiemos, pois!!!
*Vanessa Ribeiro
Professora, atriz, dançarina e filósofa clínica.

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